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Amor e uma cabana

Por Mary Kirschbaum

“Tudo que não seja viver
escondido numa casinhola,
pobre ou rica, com uma pessoa
que se ame, e no adorável
conforto espiritual que dê esse amor…
Me parece agora vão,
fictício, inútil, oco e ligeiramente
imbecil”.
                                    Eça de Queiroz

E vamos nos despedindo do solene Yom Kipur, gloriosos e seguindo ao encontro D’ele…

Fazemos uma pausa para um descanso.

Sentamos numa cabana, com seu teto feito de folhas; frágil, mas inquebrável, ao lado de nossos companheiros de viagem.

Comemos, bebemos… alegrando-nos, olhamos para o sol, olhamos para a lua, vemos as estrelas.

Sabemos o que queremos. Temos um destino e seguiremos em frente.

Mas, como é bom apreciar o caminho. A estrada é bela.

Estar vivo é um privilégio… simplesmente ser, sentir, estar…

Somos fortes, conectados com a natureza e a união com nossos irmãos.

Todos estamos de passagem e nem por isso a vida é menos bela.

Reconhecemos nossa fragilidade… e uma certa insegurança.

Não há vida sem risco.

Mas o futuro a Ele pertence… E, portanto, não sentimos medo.

D’us estará conosco…

Na chuva que molha a terra trazendo suas bênçãos e no amor que nos protege e nos guia em direção ao nosso destino.

E assim nossos antepassados seguiram confiantes, na sua caminhada pelo deserto, em busca da terra prometida.

“Saiu, pois, o povo, trouxeram os ramos e fizeram para si cabanas, cada um no seu terraço e nos seus pátios, e nos átrios da casa de D’us, e na praça da Porta de Efraim” (Neemias 8).

“Guiaste-os, de dia por uma coluna de nuvem e de noite por uma coluna de fogo para lhes alumiar o caminho por onde haviam de ir” (Neemias 12).

Cumprimos assim o nosso ritual de Sucot.

Chag Sameach!!

Foto: zachi dvira Pikiwiki Israel, CC BY 2.5 (Wikimedia Commons)

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