Agentes do IRGC plantaram explosivos que mataram Haniyeh
A agência de espionagem Mossad teria recrutado agentes da Guarda Revolucionária do Irã (IRGC) para plantar explosivos na casa de hóspedes de Teerã, onde o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, estava hospedado, segundo uma reportagem deste sábado no jornal britânico The Telegraph.
A reportagem foi divulgada em meio a notícias de que as autoridades em Teerã estavam realizando uma série de prisões em conexão com o assassinato.
A matéria do Telegraph complementa um artigo do New York Times, de quinta-feira, que disse que o líder terrorista não foi morto em um ataque aéreo, como o Irã alegou.
O jornal New York Times publicou que altos oficiais da inteligência iraniana, oficiais militares e funcionários da casa de hóspedes estavam entre as cerca de duas dúzias de pessoas detidas.
Israel não comentou a morte de Haniyeh desde a explosão na manhã de quarta-feira, embora o Irã e seus representantes na região, incluindo o Hamas, tenham jurado vingança contra Israel.
O Telegraph citou dois oficiais iranianos que disseram que o plano inicial era assassinar Haniyeh quando ele estivesse em Teerã, em maio, para o funeral do presidente iraniano Ebrahim Raisi, que morreu em um acidente de helicóptero. Essa operação foi supostamente cancelada devido ao grande número de pessoas no prédio e à possibilidade, aparentemente alta, de fracasso.
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De acordo com o diário britânico, os agentes seguiram o plano e plantaram explosivos em três salas diferentes no complexo, e depois deixaram o Irã. As fontes citadas na reportagem disseram que as imagens de vigilância os mostram se movendo discretamente de sala em sala. Eles teriam detonado as bombas do exterior.
“Eles agora têm certeza de que o Mossad contratou agentes da unidade de segurança Ansar al-Mahdi”, disse um oficial do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica ao jornal, referindo-se a uma unidade encarregada de proteger altos funcionários.
Outro oficial do IRGC foi citado. “É uma humilhação para o Irã e uma enorme violação de segurança” O IRGC administra a casa de hóspedes em um bairro de luxo de Teerã, onde Haniyeh e outros dignitários estavam hospedados.
“Ainda é uma questão para todos como isso aconteceu, não consigo entender. Deve haver algo mais alto na hierarquia que ninguém sabe”, acrescentou o oficial, observando que uma equipe estava trabalhando em uma versão que consideraria o ataque como uma violação de segurança menor.
Tanto autoridades iranianas quanto do Hamas alegaram que Haniyeh foi morto por um míssil disparado do ar, lançado de fora do país. Mas, perguntado sobre o assassinato na quinta-feira, o porta-voz das FDI, Daniel Hagari, disse que os militares israelenses não realizaram nenhum outro ataque aéreo durante a noite entre terça e quarta-feira, além do assassinato do chefe militar do Hezbollah, Fuad Shukr, em Beirute.
“Atacamos na terça-feira à noite no Líbano e matamos Fuad Shukr em um ataque aéreo preciso. Quero enfatizar que não houve nenhum outro ataque aéreo, nem um míssil e nem um drone israelense, em todo o Oriente Médio naquela noite, e não farei mais comentários”, disse Hagari durante uma coletiva de imprensa.
Na quinta-feira, o The New York Times havia relatado que a explosão que matou Haniyeh e seu guarda-costas foi detonada por uma bomba sofisticada, controlada remotamente, implantada há cerca de dois meses em seu quarto na casa de hóspedes em Teerã, data que coincide com o funeral de Raisi, em maio.
A autoridade também disse ao The Telegraph que resolver a violação de segurança era mais importante para o líder supremo iraniano, Ali Khamenei, do que buscar vingança, embora ele tenha ordenado um ataque direto a Israel horas após a explosão.
A unidade de inteligência especializada em espionagem da Guarda Revolucionária assumiu a investigação e está caçando suspeitos que espera que levem aos membros da equipe de assassinos que planejou, ajudou e executou o assassinato, disseram duas autoridades iranianas ao Times.
A reportagem do Telegraph também sugeriu que o assassinato foi propositalmente programado para coincidir com a cerimônia de posse do novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, para a qual Haniyeh estava em Teerã, para manchar a reputação do novo presidente.
“Nenhum cérebro intacto pode aceitar que isso aconteceu por acidente, especialmente no primeiro dia Pezeshkian no cargo”, disse uma fonte próxima a Pezeshkian. “Ele pode ter que entrar em guerra com Israel em seus primeiros dias no cargo, e é tudo por causa do IRGC”.
Israel prometeu atacar os líderes do Hamas pelo devastador massacre do grupo terrorista apoiado pelo Irã em 7 de outubro, no qual milhares de terroristas assassinaram cerca de 1.200 pessoas e fizeram 251 reféns, a maioria civis, muitos em meio a atos de brutalidade e agressão sexual.
Espera-se que o Irã e seus aliados respondam militarmente aos assassinatos atribuídos a Israel, embora especialistas tenham dito que a retaliação seria medida para evitar uma conflagração maior.
As FDI disseram na noite de quinta-feira que estavam em “alerta máximo” e prontas para lidar com qualquer ameaça, enquanto o país se preparava para uma resposta aos assassinatos dos líderes terroristas.
Os Estados Unidos, que autoridades iranianas e do Hamas acusaram de terem aprovado o ataque a Teerã, enfatizaram seu comprometimento em defender Israel contra possíveis ataques de mísseis balísticos e drones do Irã. O Pentágono disse, na sexta-feira, que os EUA estavam movendo um esquadrão de caças para o Oriente Médio e mantendo um porta-aviões na região, tanto para ajudar a defender Israel de possíveis ataques do Irã e seus representantes quanto para proteger as tropas dos EUA.
Fonte: Revista Bras.il a partir de The Times of Israel
Foto: Captura de tela e Wikimedia Commons
Shabbat Shalom Adonai…..
AM YSRAEL CHAI