Agências da ONU anti-israelenses
Por David S. Moran
Na segunda-feira (13), o Conselho dos Direitos Humanos da ONU apresentou um relatório de 18 páginas, cujo título é: “Inquérito da ONU sobre Israel e os palestinos”. Infelizmente, o relatório não surpreendeu Israel, pelo simples fato que a Comissão é formada por três membros conhecidamente anti-israelenses. Em julho de 2021 foi formada e liderada pela Navanethem (Navi) Pillay (foto), da África do Sul e tem dois membros, Milton Kothari, da Índia e Christopher Sidoti da Austrália.
O relatório dedica-se a acusar o Estado de Israel de todos os males no Oriente Médio, de ser racista e discriminatória ignorando as ações da Hamas, Jihad Islâmica e da Autoridade Palestina contra Israel. A tendenciosidade do relatório é refletida por ignorar acordos feitos e assinados com os palestinos e continua referir-se ao “estado palestino que é composto da Cisjordânia (i.e., zonas A, B e C), Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza”. Ignora a cautela de atacar alvos militares que Israel toma na Faixa de Gaza, inclusive avisando civis de sair de certos lugares que serão alvejados por serem áreas militares escondidas entre os civis.
O relatório encomendado pelo Conselho dos Direitos Humanos da ONU atribui a “ocupação contínua de territórios palestinos por Israel à responsabilidade pelo ciclo de violência que atinge a região”. O fato das escolas em Gaza e na região sob controle da Autoridade Palestina ensinarem os alunos a odiar e ir matar os judeus e os israelenses não tem menção no relatório.
O governo israelense acusou o relatório de ser unilateral, tendencioso e manchado de ódio contra o Estado de Israel. A comissão ignora as razões que levaram Israel a defender seus cidadãos contra organizações terroristas, assassinas que visam matar civis.
O relatório foi rejeitado por 22 países (de 47), inclusive pelos EUA e o Brasil. Os que se opuseram à conclusão da comissão denunciaram-na de preconceituosa contra o Estado de Israel e a atenção totalmente desproporcional que o Conselho dos Direitos Humanos dedica a Israel e que tem que cessar. Vale a pena ressaltar que enquanto o Estado de Israel, país democrático, foi condenado pela Conselho 99 vezes, países totalitários como Cuba, China, Turquia, Paquistão, República de Congo, ou mesmo organização terrorista como a Talibã, jamais foram condenados pela Comissão. A Rússia, uma vez, a Venezuela, duas vezes e o Irã, 12 vezes. Eita Comissão dos Direitos Humanos.
A presidenta da Comissão, Navi Pillay é conhecida por suas declarações antissemitas e anti-israelenses. A ONG UN-Watch criticou a comissão “pois a sua presidenta Pillay, mesmo antes de verificar os fatos, já deu o veredito”. Ela é unilateral, declarou Hillel Neuer da UN-Watch.
A Rússia, que invadiu a Ucrânia e mata milhares de civis, cometendo crimes contra a humanidade, a China, que impôs fechamento de cidades com milhões de habitantes e tenta reeducar a minoria islâmica, ou Cuba que matou no “paredón” milhares de opositores, são membros de honra da Comissão dos Direitos Humanos.
O que faz avião venezuelano-iraniano na Argentina?
Um avião de carga da companhia venezuelana Emtrasur foi apreendido pelas autoridades argentinas no sábado (11). A bordo estavam cinco iranianos, suspeitos de serem ativistas da força Al Quds, das Guarda Revolucionárias do Irã e mais 14 venezuelanos. O trajeto do avião 747, que segundo as autoridades iranianas pertence a sua empresa Mahan Air e foi alugado à venezuelana é curioso.
Passou do México a Venezuela, ao Paraguai, na tríplice fronteira com Brasil e Argentina. Lá desceu um passageiro de sobrenome Vahidi, que talvez seja familiar do Ministro do Interior iraniano Ahmad Vahidi. No Paraguai permaneceu do dia 13 de maio a 16 e teria levado cigarros à Aruba. Antes disso o avião esteve 15 dias na Bielorrússia, Irã e Rússia e teria sido desautorizado de sobrevoar o espaço aéreo do Brasil, Uruguai, Paraguai e Chile.
Apesar de ser um avião de carga, a Emtrasur informou tripulação menos do que realmente estava a bordo e não há necessidade de tantos passageiros num cargueiro. Outro enigma é que o avião aterrissou em Córdoba, por não poder aterrissar em Buenos Aires pelo mau tempo. Depois partiu para Montevideo, onde as autoridades não o deixaram aterrissar devido às sanções americanas. O avião teve que fazer meia volta e retornou ao aeroporto de Ezeiza, Buenos Aires. Curiosamente, só depois de 48 horas as autoridades souberam do avião e detiveram os 19 “tripulantes”. A alfandega argentina informou que o avião transportava autopeças. Pode ser que levassem outros equipamentos. Os venezuelanos foram postos em liberdade e os cinco iranianos tiveram seus passaportes retidos. Para o deputado da oposição argentina, Gerardo Milman, o cargueiro estava em missão de colher dados para o Serviço de Inteligência. Autoridade local informou que houve intervenção estrangeira ao informar a presença dos cinco iranianos a bordo. O avião não é abastecido por receio do boicote americano.
No último fim de semana, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro esteve em Teerã e com o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, assinou um acordo de cooperação com o regime dos aiatolás de 20 anos nas áreas da energia, economia e projetos militares.
Vale a pena recordar que na década dos anos 90 do século passado, a Hizballah, proxy pra iraniana cometeu dois atentados contra civis em Buenos Aires. Na federação judaica local, a AMIA, matou 85 pessoas e feriu outras 350 e também destruiu a Embaixada de Israel na Argentina. Desde 2007, a Al Quds, das Guardas Revolucionarias do Irã é considerada organização terrorista.
Foto: UN Geneva (Flickr)