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Adeus Silvio Santos Z”L

O empresário e apresentador Silvio Santos um dos maiores nomes da televisão brasileira, morreu neste sábado, aos 93 anos.

Silvio estava internado em um hospital particular na capital desde o início do mês.

O apresentador estava à frente do Programa Silvio Santos, que comandava desde 1963, e do Sistema Brasileiro de Televisão, o SBT, que entrou no ar em 1981.

Em 18 de julho, o comunicador foi internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para se recuperar de H1N1. Teve alta dois dias depois. Em 1º de agosto, voltou a ser hospitalizado, segundo a assessoria de imprensa da emissora, para passar por exames de imagem.

Silvio Santos era o nome artístico de Senor Abravanel, nascido em 12 de dezembro de 1930, no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro. Filho  de Alberto e Sara Abravanel, casal de imigrantes judeus sefarditas que chegaram ao Brasil em 1924, Silvio era o mais velho de cinco irmãos.

Ele estudava contabilidade e, no tempo livre, trabalhava como camelô nas ruas do Rio de Janeiro, vendendo canetas e capas de plástico para títulos de eleitor nas eleições de 1946. Na mesma época, começou a fazer pequenos trabalhos de locução de rádio.

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Aos 18 anos, em 1948, serviu o Exército na Escola de Paraquedistas. Aos domingos, trabalhava para uma rádio no Rio. Após sair do exército, continuou como locutor, entre outros trabalhos, como a venda de anúncios em caixa de som na barca Rio-Niterói.

Em 1954, Silvio assinou o primeiro contrato fixo como locutor, na Rádio Nacional de São Paulo. Depois, foi chamado pelo empresário Manuel de Nóbrega para ser animador de seu programa na Rádio Nacional.

Em 1958, assumiu a empresa Baú da Felicidade, que era de Manuel de Nóbrega. No ano seguinte, passou a fazer shows em circos para vender os carnês da empresa. No mesmo ano, estreou seu primeiro programa televisivo, o “Hit Parade”, na TV Paulista.

Em 1962, passou a ser apresentador do “Vamos brincar de forca”, na TV Paulista (que no ano seguinte foi comprada pela TV Globo). Em seguida, começou a ser exibido o seu Programa Silvio Santos, na TV Globo.

Em 1965, ele passou a ser apresentador também na TV Tupi. Os programas tiveram vários nomes: “Festa dos Sinos”, “Sua Majestade: o Ibope”, “Cidade contra Cidade” e “Silvio Santos Diferente”.

Em 1975 ele venceu a concorrência para adquirir o Canal 11, do Rio de Janeiro, e no ano seguinte, inaugurou a TVS. Em 1976, saiu da TV Globo. Seu programa passou a ser transmitido nas TVs Tupi e TVS do Rio.

Silvio ganhou outras concessões e, em 1981, entrou no ar o SBT, uma das várias empresas do seu grupo, onde o Programa Silvio Santos viraria a principal atração.

 

O apresentador e empresário sempre preferiu a discrição quando o assunto era a religião herdada dos antepassados. Ele fez generosas doações para obras ligadas à comunidade judaica em São Paulo, mas nunca quis divulgação.

Uma das contribuições possibilitou a construção da sede atual da Sinagoga Ohel Yaacov, no Jardim Paulista, zona sul da capital, inaugurada em 2011.

Apesar de não ser um judeu praticante, Silvio Santos, seguia alguns preceitos judaicos. Todos os anos ia à sinagoga e jejuava em Yom Kipur (o dia mais sagrado do judaísmo). Segundo o rabino Sany Sonnenreich ele sabia da responsabilidade de rezar pela elevação da alma de seus pais”,

Em 2013, ao conversar com a colunista Mônica Bergamo, da “Folha de S. Paulo”, Silvio Santos esclareceu o motivo de não disponibilizar horários no SBT a igrejas evangélicas, estratégia de outros canais de TV para aumentar o faturamento. “Judeu não deve alugar a televisão para os outros. Você não sabe que os judeus perderam tudo quando deixaram outras religiões entrarem em Israel?”, disse.

“O judeu não pode deixar que na casa dele tenha outra religião. É por isso que não deixo nenhuma religião entrar no SBT, que é uma casa judaica”.

Silvio Santos deixa um legado que jamais será esquecido.

A Confederação Israelita do Brasil – Conib divulgou a seguinte nota: “A Confederação Israelita do Brasil manifesta seu respeito e reconhecimento a Silvio Santos, cuja trajetória ilustra o que há de mais admirável no empreendedorismo brasileiro. É com profundo pesar que recebemos a notícia de sua partida. Como membro da comunidade judaica, Silvio sempre fez questão de manter suas raízes e valores, tornando-se um símbolo de orgulho para judeus em todo o Brasil. Sua contribuição vai além da televisão; seu impacto é sentido no campo empresarial, cultural e social. A Conib expressa sua gratidão por sua influência e liderança, que permanecem como um legado valioso para as futuras gerações”.

A Federação Israelita do Estado de São Paulo também emitiu uma nota: “A Federação Israelita do Estado de São Paulo lamenta profundamente o falecimento de Silvio Santos, um dos maiores nomes do Brasil e um orgulho para a comunidade judaica. Silvio sempre honrou suas raízes judaicas, incorporando valores de generosidade e perseverança em tudo o que fez. Sua trajetória, marcada por trabalho incansável, é um exemplo inspirador para todos nós. Um grande exemplo que continuará a influenciar gerações futuras”.

Também por meio de nota, a Câmara de Comércio Brasil-Israel disse que “A Câmara de Comércio Brasil-Israel (BRIL Chamber) expressa sua profunda admiração por Silvio Santos, um empreendedor visionário que transformou o cenário empresarial do Brasil. Orgulhoso de suas origens judaicas, ele construiu um império com base em trabalho, inovação e compromisso com o público. Silvio Santos não apenas revolucionou a televisão, mas também serviu como um exemplo de sucesso e inspiração para a comunidade judaica no Brasil. Sua trajetória mostra o poder da perseverança e da criatividade, valores que a Câmara Brasil Israel reconhece e celebra”.

Fonte: Revista Bras.il a partir de Terra e G1
Foto: Wikimedia Commons

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