Acordo de reféns entra em estágio final
As negociações para um acordo de cessar-fogo e reféns em Gaza entraram em seus estágios finais de conclusão, com um anúncio esperado para breve. Mas o anúncio foi adiado, durante toda a terça-feira, devido a divergências sobre a redação final do acordo, disseram fontes familiarizadas com o assunto ao The Jerusalem Post.
Os negociadores se reuniram no Catar, na terça-feira, na esperança de acertar os detalhes finais do acordo, com mediadores e as partes em conflito descrevendo o acordo como mais próximo do que nunca.
Apesar de relatos estrangeiros apontarem o contrário, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse às famílias dos reféns que o Hamas não havia dado sua resposta final.
Um dos problemas que impedem a aprovação do Hamas diz respeito aos mapas detalhando a retirada das FDI da Faixa de Gaza como parte do acordo.
Uma publicação da Associated Press, na terça-feira, citando duas autoridades envolvidas nas negociações, afirmou que o Hamas concordou com o acordo de cessar-fogo proposto em Gaza e com a libertação de vários reféns.
De acordo com a agência de notícias, uma autoridade israelense observou que, embora tenha havido progressos, os detalhes finais ainda estavam em discussão.
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Em meio à expectativa pela resposta do Hamas ao acordo elaborado para trazer os reféns de volta para casa, milhares de pessoas se aglomeram na Praça dos Reféns de Tel Aviv.
A Praça sedia um evento regular “Cantando pelo retorno”, às terças-feiras, com músicos israelenses, que geralmente atrai algumas dezenas de pessoas.
O cantor de soul Evyatar Banai cantou sua canção de 1997 “I Have a Chance” (“Eu tenho uma chance”), enfatizando o verso: “I have a chance to be saved” (“Eu tenho uma chance de ser salvo”).
A sobrevivente do cativeiro Moran Stella Yanai descreveu sua libertação no acordo de reféns de novembro de 2023, 54 dias após ter sido sequestrada no festival de música Nova, na área de Reim.
“No 49º dia, depois de semanas de escuridão, eles me vestiram com uma fantasia. Havia duas meninas comigo”, ela disse. “Eles nos levaram para o ponto de troca”, onde o Hamas entregou os reféns à Cruz Vermelha. “Bem ali, a um passo da liberdade, eles me puxaram de volta”, continuou. “As duas meninas continuaram, e eu fiquei para trás… no inferno. Aquela noite foi a mais longa da minha vida”, disse ela. “Imaginei-as tocando o mundo lá fora, comendo uma fruta deliciosa, bebendo água limpa, fazendo o que queriam fazer. Essa foi minha luz na escuridão”.
“Mas quanta esperança uma pessoa pode ter depois de 466 dias?”, ela pergunta. “Eu vi o horror, o medo, e entendi algo simples: ninguém deve ser puxado para a escuridão um momento antes da luz”.
“Não sou política e não tenho respostas. Não sei a maneira certa de fazer isso, mas sei de uma coisa: fiquei lá 54 dias e experimentei o medo, e ninguém deve retornar para a escuridão”, disse ela. “Não é possível que qualquer um permaneça lá. Não é uma questão de estratégia ou ideologia. É sobre humanidade e que todos devem retornar, até o último refém”.
Fontes: Revista Bras.il a partir de The Jerusalem Post e The Times of Israel
Foto: Shutterstock