Acordo com Hezbollah pode ser aprovado amanhã
O gabinete de segurança nacional se reunirá, nesta terça-feira, para aprovar um cessar-fogo com o Hezbollah no Líbano, de acordo com vários relatos da mídia israelense.
Após as conversações e reuniões com o enviado do governo Biden, Amos Hochstein, o texto do cessar-fogo foi finalizado hoje, relatou o Canal 12, acrescentando que “algo drástico” teria que acontecer para que o cessar-fogo desmoronasse antes da reunião de amanhã. Isso significa que, dentro de 72 horas, um anúncio oficial pode ser feito para parar os combates no Líbano, pelo menos por 60 dias.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu teria aprovado o cessar-fogo com o Líbano, “em princípio”, durante reunião com autoridades israelenses na noite de domingo, citando questões pendentes antes da aprovação.
O ministro do Exterior, Gideon Saar, disse que um acordo de cessar-fogo com o Líbano dependeria de um esforço que mantivesse o Hezbollah desarmado e longe da fronteira.
“O teste para qualquer acordo será não em palavras ou frases, mas na execução apenas dos dois pontos principais. O primeiro é impedir o Hezbollah de se mover para o sul além do Rio Litani, e o segundo, impedir o Hezbollah de reconstruir sua força e rearmar-se em todo o Líbano”, disse Saar na Knesset.
A fonte disse que Israel ainda tem reservas sobre certos detalhes, que serão repassados ao governo libanês na segunda-feira.
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A CNN informou que vários detalhes ainda estão sendo negociados e o acordo não será concretizado até que todas as questões sejam resolvidas.
A França, cujo envolvimento o Líbano buscou nas negociações, foi recebida com reservas nas negociações após anunciar que executaria os mandados do TPI. Netanyahu estava descontente com uma das principais partes que supervisionaria a implementação do acordo.
De acordo com a Axios, o presidente dos EUA, Joe Biden, falou com o presidente da França, Emmanuel Macron, para tentar chegar a uma solução. A agência informa que Biden disse a Macron que Netanyahu estava dentro de seus direitos de não gostar e que a mediação não seria possível entre as partes quando uma está prometendo prender o chefe de estado de uma das partes negociadoras.
Em ambos os lados da fronteira entre Israel e Líbano, milhares de pessoas foram deslocadas de suas comunidades, resultando em uma grande quantidade de mortes de civis israelenses e libaneses.
Durante a noite, relatos da mídia internacional sugeriram que a motivação de Israel para finalizar o cessar-fogo eram que garantias americanas significativas estavam na mesa.
O prefeito de Metula, David Azoulay, criticou o governo após os relatos de que um cessar-fogo com o Hezbollah pode ser alcançado em breve, denunciando-o como “um acordo de rendição” durante uma entrevista ao canal 12.
O prefeito de Kiryat Shmona, Avichai Stern, também criticou “o acordo de rendição”. “Este acordo acelera uma repetição do 7 de outubro no norte e isso não pode acontecer”, escreveu Stern no Facebook. “Não entendo como passamos da vitória total à rendição total”, acrescentou ele, referindo-se ao slogan de Netanyahu para a guerra. “Para onde nossos moradores retornarão? Para uma cidade destruída, sem segurança ou horizonte?”.
Tanto Metula quanto Kiryat Shmona ficam perto da fronteira com o Líbano e estão entre as comunidades mais devastadas pelos ataques quase diários do Hezbollah no norte, desde o ano passado.
O Fórum das Famílias de Reféns e Desaparecidos pediu que qualquer cessar-fogo na frente norte inclua uma demanda explícita pela libertação dos reféns.
Fonte: Revista Bras.il a partir de N12, The Jerusalem Post e The Times of Israel
Foto: FDI