A obsessão da ONU com Israel
Por Deborah Srour Politis
Nas últimas duas semanas, Israel tem sido alvo de vários ataques terroristas que vão desde esfaqueamentos, atropelamentos propositais e até sequestros. Na quarta-feira retrasada dois rapazes drusos israelenses de 17 e 18 anos sofreram um acidente de automóvel gravíssimo perto da cidade palestina de Jenin. Árabes israelenses, cristãos, muçulmanos, drusos, regularmente entram nas áreas administradas pela AP para compras mais baratas, apesar de ser contra a lei. Quando a ajuda chegou, enviaram um dos rapazes para um hospital na própria Jenin. A equipe médica logo o operou, conseguindo estancar a hemorragia interna e o colocaram na UTI em coma e no respiradouro. O pai dele foi avisado e foi ao hospital com um irmão.
Umas duas horas depois, 20 terroristas mascarados e armados entraram no hospital e demandaram o garoto. Sem qualquer senso de humanidade eles foram atirando até chegarem na UTI onde arrancaram os tubos que mantinham o menino vivo e o levaram na frente do pai e do tio desesperados. Óbvio que o menino, Tiran Ferros, morreu. Os terroristas sequestraram o corpo para usá-lo como moeda de troca com Israel.
Israel declarou que não negociaria com os terroristas de modo algum. Já basta o impasse que continua até hoje com os corpos dos dois soldados israelenses ainda em Gaza. Mas os drusos entendem a linguagem dos terroristas. Um grupo druso, também mascarado, sequestrou três palestinos de Hebron na mesma noite e avisou que iria matá-los e sequestrar outros três no dia seguinte se o corpo de Ferros não fosse entregue à família.
Poucas horas depois, e com o envolvimento da Autoridade Palestina, dos drusos, dos americanos, egípcios, jordanianos e cataris, o corpo foi devolvido. Se tivesse sido um menino judeu com certeza este não teria sido o resultado.
Enquanto milhares de palestinos são recebidos em hospitais de Israel para tratamentos de todos os tipos, incluindo a esposa de Mahmoud Abbas e a irmã do chefão de Gaza Ismail Hanyieh, nenhum judeu pode nem sonhar em poder ser atendido por serviços médicos palestinos. Mesmo ele sendo um “irmão” árabe. Como vimos, este resgate foi para este menino druso, uma sentença de morte.
Algumas horas depois do país respirar aliviado com o caso de Ferros, duas bombas explodiram em Jerusalém em pontos de ônibus. O menino canadense Aryeh Shupak, de 16 anos, e um imigrante da Etiópia de 50 anos, Tadese Tashume Ben Ma’ada, foram mortos pelas bombas que além dos explosivos estavam carregadas de pregos e pedaços de metais para causar o maior dano possível. Outras 22 pessoas ficaram feridas, algumas em estado grave. Entre os feridos estava pelo menos um cidadão americano.
Conforme reportado pela Palestinian Media Watch, a organização que segue as publicações palestinas, embora os ataques tenham sido amplamente condenados, duas condenações não foram ouvidas: a condenação do líder palestino Mahmoud Abbas e das organizações que ele chefia – a Autoridade Palestina e a OLP, e a condenação da Agência das Nações Unidas para a Infância – UNICEF.
Nada impediu Abbas de condenar o ataque terrorista em Istambul na Turquia, no dia 13 de novembro último, ou enviar condolências ao presidente chinês Xi Jinping, pelas mortes causadas por um incêndio na China.
Embora Abbas tenha ocasionalmente condenando ataques de palestinos contra israelenses, ele só o faz quando encurralado e sempre igualando o terrorismo às ações israelenses para prevenir ataques. Mas depois Abbas, a AP e a OLP, continuam com a mesma incitação ao terrorismo e sua política de “Pagar-para-Assassinar”, recompensando em dinheiro os mesmos terroristas cujas ações eles condenaram.
Outra condenação que faltou, como disse, foi a de Lucia Elmi, Representante Especial da UNICEF para o “Estado da Palestina”.
Enquanto Elmi e a UNICEF Palestina são frequentemente rápidos em condenar Israel quando menores palestinos são mortos, mesmo que tenham participado dos atos terroristas, quando crianças judias são assassinadas em atos claros de terrorismo seu silêncio é ensurdecedor.
Ainda, Elmi e a UNICEF ignoraram completamente a documentação da Palestinian Media Watch sobre o abuso de crianças palestinas pela AP, incluindo seu recrutamento para treinarem e participarem de atos terroristas e até morrerem.
Nem mesmo desta vez, em que a vítima foi uma criança canadense, Elmi fez um esforço para emitir uma condenação.
E nesta última sexta-feira, um terrorista tentou sequestrar um carro com um casal dentro, do lado do posto da polícia de fronteira em Huwara. Depois de não conseguir abrir a porta do carro, ele pegou uma pedra e tentou quebrar o vidro. O homem, que estava armado, atirou ferindo de leve o terrorista. Mesmo assim, ele se dirigiu ao posto da polícia e esfaqueou um dos policiais no rosto e tentou pegar a arma de outro que então atirou nele.
Isso e tudo que Israel passou desde a sua criação, poderiam sucitar um pingo de simpatia do mundo. Mas não. O representante da ONU para o Oriente Médio, Tor Wennesland declarou estar “horrorizado pela morte do palestino durante uma “briga” com um soldado israelense”. É … uma briga… e ainda enviou suas “sinceras condolências à família enlutada”. Somente neste ciclo, a ONU aprovou nada menos que 16 resoluções condenando Israel enquanto para todo o resto do mundo, ela aprovou apenas 13 resoluções. Isso inclui a Coreia do Norte, a Síria, Myanmar. O Irã recebeu apenas uma condenação apesar de ter matado mais de 200 pessoas incluindo crianças nos protestos da morte de Mahsa Amini. Seis resoluções foram aprovadas contra a Rússia pela sua invasão da Ucrânia que causou a fuga de milhões e a morte de milhares de civis.
Mas para não ficar só nisso a ONU aprovou na quarta-feira uma resolução marcando a fundação do estado de Israel como uma “catástrofe” e adotou a narrativa palestina dos fatos que ocorreram em 1948 como verdade histórica.
Gilad Erdan, o embaixador de Israel na ONU perguntou: o que vocês achariam se a comunidade internacional comemorasse o estabelecimento de seu país como um desastre? Uma catástrofe? Erdan continuou dizendo que os palestinos trouxeram o desastre sobre si próprios quando não aceitaram a partilha e quando cinco exércitos árabes atacaram Israel. Abdul Rahman Azzam, o primeiro secretário-geral da Liga Árabe, disse que o estabelecimento de um estado judeu levaria a “uma guerra de extermínio e um massacre tão grande que seria lembrado na história como o massacre da Mongólia e das Cruzadas”.
E isso nos leva à pergunta: como Israel pode fazer a paz, com pessoas deste tipo? Israel já tentou. Já entregou território com toda a infraestrutura e negócios em andamento na esperança de que os árabes transformassem a Faixa de Gaza em um território pacífico e próspero. Mas não. A primeira coisa que os palestinos fizeram foi destruir a infraestrutura até dos serviços mais básicos que serviriam à sua população como o fornecimento de água, esgoto e eletricidade. A Faixa de Gaza hoje é um antro de terroristas que gasta todos os seus recursos em mísseis, morteiros e armas. E isso com o apoio da população que é obcecada, desde o nascimento com a destruição de Israel. Malas e malas de dinheiro são enviadas pelo Catar e outros países árabes para supostamente aliviar o “sofrimento” dos palestinos que o inflige sobre seu próprio povo. Eles nunca são culpados. A culpada é sempre a “ocupação” de Israel. Somente porque Israel é um estado judeu. Porque quando era a ocupação jordaniana e egípcia destes mesmos territórios, os palestinos nunca reclamaram ou exigiram sua “autodeterminação”.
A ONU deveria se ocupar com problemas mundiais mais importantes que os palestinos e enviar seus líderes e representantes fazerem terapia para se curarem desta obsessão. Só assim a organização não perderá muito breve sua relevância. Ninguém mais está interessado nestas condenações e votações vazias. A opinião da ONU já hoje não vale mais nada.
Foto: U.S. Government