A incursão em Gaza
Por David S. Moran
Após três semanas de espera e de alerta à população do norte da Faixa de Gaza para sair de suas casas para que não sofram com a guerra, no sábado (28) as Forças de Defesa de Israel (FDI) iniciaram sua incursão no norte desta região. No começo foi lentamente abrindo espaço com tanques e veículos blindados tomando áreas perto da praia. Depois entraram mais tropas do leste ao oeste fechando por três lados até a cidade de Gaza. As forças terrestres estão tendo ajuda da aeronáutica e da marinha israelense.
Na segunda feira (30), houve um momento de alegria, quando foi noticiado que forças de comando com auxílio de combatentes do Shabak (Serviço de Segurança Geral, o FBI local) conseguiram libertar a soldada Ori Magidish, que estava nas mãos do Hamas. No mesmo dia a família de Shani Louk foi notificada de que conseguiram identificá-la e de refém passou a ser tida como morta. Só para inteirar-se da selvageria do Hamas-Daesh, quando invadiram Israel, naquele sábado negro atiraram em tudo e todos que viam pela frente. Há vídeos em que a Shani é levada como refém, mas no caminho provavelmente a degolaram. Ela foi identificada só pelo IML que examinou a ossada de sua cabeça. O corpo da jovem ainda não foi encontrado. E depois tem gente que alega que estas atrocidades não aconteceram.
Já na terça feira (31) tornou-se público que dois jovens soldados de comando foram mortos durante confrontos nas redondezas de Gaza. Na mesma noite, mais nove soldados morreram quando o veículo blindado foi atingido por foguete RPG e outros dois num tanque que foi atingido. É dura a batalha que deve continuar por longo tempo, até que Israel consiga destruir a organização terrorista Hamas-ISIS, que tanto sofrimento traz à população de Gaza e que ameaça Israel
Agora, todos falam no sofrimento da população de Gaza e nos direitos humanos, mas deixam de lembrar o que aconteceu há apenas três semanas. A chacina, os estupros, as decapitações e o sequestro de civis para Gaza, que contradiz as leis universais de guerra. Há três semanas que bebes, crianças, jovens e adultos, num total de 240 pessoas, foram sequestradas pelo Hamas e Jihad Islâmica e não tiveram visita da Cruz Vermelha Internacional. Há gente doente e com prescrição de remédios e ninguém sabe como são – se é que são – tratados.
O Hamas-ISIS começou a sua guerra psicológica. Libertou duas israelenses com cidadania estrangeira e depois mais duas. Agora está negociando, através da tutora Catar, para libertar outros reféns em troca de terroristas com sangue nas mãos que estão em cárceres israelenses. No sábado, o Chefe do Mossad, Dadi Barnea, esteve em Doha negociando em nome do governo israelense. Esta é uma guerra psicológica e feia. Hamas-Daesh já diz que o túnel que foi bombardeado e onde cerca de 50 terroristas foram mortos, causou a morte de sete reféns.
Irã quer expandir a guerra. O interesse do Irã é conhecido. O regime dos aiatolás diz explicitamente que quer destruir o Estado de Israel. Mas o regime islamista não ousa fazê-lo diretamente, para tal busca suas proxies: Hizballah, a Síria, Jihad Islâmica e Hamas, os Houtis do Iêmen. Teerã está disposta a continuar até o último combatente do Hamas, Hizballah e outros. Segundo o especialista em assuntos do Irã, Eliyahu Yossian: “o Irã não se apressa em lançar foguetes contra Israel, prefere fazê-lo através dos Houtis do Iêmen. A visão na cultura iraniana é que os árabes são de segunda categoria, como um copo de papel que se joga depois do uso. Os sunitas já são de terceira categoria” (os iranianos são xiitas).
No decorrer desta guerra de Israel contra as organizações terroristas Hamas e Jihad Islâmica, em Gaza, outra organização terrorista a Hizballah, no Líbano tenta esquentar a fronteira enviando esquadrões terroristas para atentar contra forças israelenses. Estas são imediatamente respondidas e os terroristas liquidados. Por enquanto, a Hizballa age com fogo brando, temendo ter as consequências que observa de Gaza. A população do sul do Líbano já se evacuou para o norte e ao mesmo tempo pressiona a Hizballah para não entrar em guerra com Israel. Nesta sexta-feira (3), seu líder Nasrallah fará um discurso do fundo do subterrâneo, onde se esconde há anos.
O Irã com verbas dos petrodólares tenta promover insurgência na Cisjordânia e até mesmo entre árabe-israelenses, sem sucesso. Então apela aos proxies houties do Iêmen. Estes lançaram misseis de longo alcance que foram abatidos em pleno ar e também drones que foram abatidos no caminho a Israel. A distância é de cerca de 1.500 km. Um aliado sunita que o Irã tem é Erdogan, presidente da Turquia, que critica duramente Israel. É incrível pois apesar da sua postura radical, a Turquia é um país integrante da OTAN.
Israel tenta ao máximo abortar transportes de armamento e munição iraniana à Síria e que de lá chegue a Hizballah no Líbano. Bombardeia comboio de caminhões, aeroporto de Alepo e Damasco. O último carregamento de 10 toneladas de misseis antitanques e antiaéreos, destinados a Hizballah que vinha num avião comercial, não conseguiu pousar devido aos danos na pista do aeroporto em Alepo.
Por outro lado, o presidente do Egito, Abdel Fatah A Sisi não chorará se Hamas for extinto. Ele lutou contra a Irmandade Muçulmana e conhece o perigo. Lembra também a ajuda do Hamas à sucursal do Daesh na Península de Sinai que causou a morte de centenas de soldados egípcios. Sisi teme a transferência de centenas de milhares de gazenses (que já pertenceu ao Egito) e que se estabeleçam no norte do Sinai. Mesmo que sejam “meus irmãos árabes”.
A mesma atitude é a da Jordânia, Arábia Saudita e Emirados Árabe Unidos. Eles têm que pagar “imposto labial” pelo Hamas-Daesh, mas no fundo desejam sua extinção.
A Rússia surpreendeu muitos quando declarou apoio ao Hamas. Netanyahu se julgava amigo de Putin. Apesar dos pedidos de ajuda à Ucrania, Israel manteve neutralidade, “para não mexer com o Putin”. De nada valeu. Putin posicionou-se ao lado do Eixo do Mal. Na segunda-feira (30) centenas de radicais muçulmanos no Daguestão esperaram por um avião que vinha de Israel. Cruzaram a pista em busca de judeus e cantavam cânticos antijudaicos. Na briga e intervenção policial, dezenas ficaram feridos. O avião trazia de volta 70 crianças russas com seus familiares que passaram por tratamento médico em hospitais israelenses. O Daguestão é uma das repúblicas russas e sem o tapar dos olhos do Putin, isto não seria possível.
As manifestações antijudaicas aumentaram muito mundo a fora. Em universidades e cidades, principalmente onde há grande presença de árabes ou de seu dinheiro. O absurdo é que os judeus não ameaçam ninguém e o mundo Ocidental teme os islamistas. Estes que perpetraram atentados como o de 11 de setembro nos EUA, os sequestros de aviões e as bagunças em cidades como Paris, Londres e outras. Na pacífica Suécia, há bairros em cidades que a polícia não entra por receio dos imigrantes muçulmanos.
A esquerda que tanto preza os direitos humanos, direito dos gays, direitos da mulher e é contrária a diferenças das classes rica e das operárias, se enganou. O Hamas-Daesh, ou o Irã ou o Afeganistão, etc. preservam estes direitos? NÃO. Em Israel, os kibutzim que foram atacados e violados pelos terroristas do Hamas são a forma mais socialista que há no mundo. Isto sem mencionar que os direitos de todos são preservados e primordiais.
A “mãe” russa já não serve como bastião do socialismo, nem mesmo a China atual. Esta China que persegue os seus muçulmanos Uighuros, em Xinjiang. Em 2014, o censo chinês mostrou que sua população muçulmana é de 22,3 milhões. Naquele ano as autoridades prenderam 1 milhão e os encarceraram em campos de reeducação. Já em 2019 a população muçulmana tinha caído para apenas 11 milhões (fonte: Voice of Khurastan, # 29, de 19.3.2023. Memri 22.10.2023).
A cada dia que passa o público israelense se inteira de mais e mais crueldades cometidas pelos terroristas selvagens, que passaram por lavagem cerebral e foram induzidos também por entorpecentes para cometer seus crimes. As FDI acharam um celular de residente de kibutz, que estava nas mãos de um terrorista do Hamas-Daesh-ISIS. Segue a conversa depois da ligação para o pai: “Oi pai, converso contigo do Kibutz Mefalssim. Diga para mamãe abrir o WhatsApp para ver quantos judeus matei com minhas próprias mãos… o celular é de uma judia que matei e o seu esposo também. Com minhas próprias mãos matei 10. Seus sangues frescos, ainda estão nas minhas mãos”. Sua mãe chora emocionada: “Oxalá eu estivesse contigo. Mate, mate-os”. Seu irmão que ouve a conversa, diz: “você já matou dez, volte”. O terrorista assassino responde: “que volta, o que? é a morte ou a vitória, minha mãe me pariu para a religião”. No bolso de outro terrorista acharam um bilhete com instruções explicitas: “cometa o massacre, como foi no tempo do Maomé, sem piedade, com abuso, decapitem suas cabeças, retirem seus corações e fígados, vedem as mulheres e crianças como escravos e saqueiem as casas”.
É triste o que ocorre em Gaza, mas mesmo a população da região que sofre a opressão do Hamas (no poder desde 2007 e não promove eleições) quer que Israel acabe com eles. Como já escrito acima, os países árabes pró ocidentais temem o Hamas, que é igual aos terroristas do “estado islâmico” e torcem por Israel. Uma outra prova d eque Israel tem que acabar com o Hamas vem nas palavras Ghazi Hamad. Ele é da ala política e expressou na TV libanesa LBC, em 24.10.2023, “estamos prontos a repetir a chacina de 7/10 quantas vezes for necessário para aniquilar Israel, este é o nosso objetivo final”.
Se alguém pensa que o Hamas se importa com seus súditos basta ouvir Moussa Abu Marzouk, alta patente do Hamas. Perguntado na TV russa porque não usam os tuneis para proteger os civis, ele respondeu: “os tuneis que construímos debaixo de Gaza (200 a 500km, segundo estimativas-DSM) são para proteger o Hamas dos ataques aéreos israelenses, não para civis. Estes têm que ser tratados pela ONU já que 75% deles são refugiados”.
A guerra Espadas de Ferro vai durar muito tempo e Israel com o passar dos dias terá que enfrentar também a pressão mundial. Outro fator é o inverno que está chegando nesta região. Um problema maior é o que acontecerá depois da deposição do Hamas-Daesh. Deixar a Autoridade Palestina governar a região, como foi até 2007 e que para muitos é inimiga de Israel, só que com métodos mais diplomáticos. A AP aplaudiu seu rival pela luta contra Israel. Mahmoud Abbas continua incentivando matar israelenses e lhes paga mensalmente.
Na próxima resenha escreverei sobre a atualidade e a crescente chamada contra o governo e os pedidos de demissão do premier Benjamin Netanyahu.
Foto: FDI