A história dos shows de gladiadores no período romano em Israel
Por Sheila Mazon Eyni
O significado do nome “gladiador” é portador da espada (“gladius” significa espada). “Os shows de gladiadores chegaram às cidades romanas sob a influência das legiões do exército, que gostavam desse tipo de entretenimento”, explica o Dr. Walid Atrash, arqueólogo pesquisador da Autoridade de Antiguidades de Israel.
A maioria dos gladiadores eram guerreiros treinados em escolas especiais ou campos de treinamento, e essa era a profissão deles. Mas, além deles, também havia aqueles que se tornaram gladiadores involuntariamente, pessoas que foram banidas durante a guerra e agora tiveram que lutar pela vida ou pela morte. No mundo romano, os quatro tipos de guerreiros foram identificados principalmente de acordo com as armas e a forma do escudo;
O Miramillo segurava uma espada curta, um escudo retangular e um elmo;
O Samnis, empunhava uma espada curta e reta, um escudo retangular com cantos arredondados, botas e uma faixa de couro no braço direito;
O Heritiarius, carregando uma grande rede e forcado;
O Trácio, que segurava um escudo redondo e uma espada curva.
Cada tipo atestava o caráter do guerreiro. Na verdade, os gladiadores realizavam dois tipos principais de batalhas: batalhas entre dois gladiadores ou entre grupos e batalhas entre um gladiador e uma presa. Assim, por exemplo, eles deixariam um leão entrar na arena e os lutadores teriam que caçá-lo dentro da arena”.
Na Terra de Israel, foram encontrados anfiteatros que eram usados para lutas de gladiadores em Beit Govrin e Cesareia. Além disso, em Beit Shean há um hipódromo romano, que foi usado pela primeira vez para corridas de cavalos e carruagens, e no século IV foi convertido em anfiteatro. Segundo o Dr. Atresh, “a conversão do hipódromo de Beit Shean em anfiteatro fez parte de uma ‘moda’ iniciada no século IV, na qual os kirkos – arenas de corrida de cavalos – foram transformados em anfiteatros. Essa conversão foi realizada fechando a metade reta das arenas, que servia até então para as câmaras de partida das carruagens, por uma parede que criava uma forma oval”.
“Outro fenômeno antigo interessante que conhecemos no Oriente e no Ocidente é a transformação da orquestra – o palco do teatro – em uma arena – uma arena para shows de gladiadores. Testemunhos dos teatros de Beit Shean, Neapolis (Nápoles), Gerza e Gedera (duas cidades romanas na Jordânia) mostram que antes da criação dos anfiteatros, os espetáculos de gladiadores eram realizados em teatros e centros das cidades, em arenas preparadas para o efeito. Assim, por exemplo, perto do teatro de Beit Shan, foi encontrada uma inscrição dedicada a um atleta de meados do século III dC, glorificando as suas vitórias em várias cidades onde se realizaram competições. É possível, então, que apresentações de atletismo e boxe também fossem realizadas na orquestra.
Foto: Chmee2, CC BY 3.0 (Wikimedia Commons)
História interessante!