A guerra vai se expandir?
Por David S. Moran
Já entramos no ano novo de 2024 e os combates na Faixa de Gaza continuam. A organização terrorista Hamas perdeu terreno nestes três meses. No norte da área já há menos combates e a maioria se concentra no sul, em Khan Yunes, cidade natal de Yahya Sinwar e de Mohammed Deif.
As informações que vêm de terroristas presos e dos que se entregam às forças de Defesa de Israel são que há muitos mortos nos túneis. A cada avanço, as FDI descobrem que a rede de túneis construída pelo Hamas é enorme. Vai debaixo dos hospitais, casas de civis e dos comandantes do Hamas, escolas e, como sempre Israel avisava, debaixo de dependências da UNRWA.
Já estamos no 91º dia da Guerra Espadas de Ferro e o Hamas continua mantendo em seu poder 133 reféns. Isto sem contar a ossada de 2 soldados cujos corpos foram levados para Gaza, já em 2014 e os dois israelenses que voluntariamente atravessaram a fronteira.
Ante o avanço das tropas israelenses, esta organização terrorista parece que voltou um pouco atrás de suas exigências e agora está disposta a trocar 40 israelenses por 120 terroristas que cumprem penas de prisão, mas exige um mês de trégua nos combates. Com toda a vontade de Israel de trocar os israelenses sequestrados para Gaza por terroristas, não devia aceitar a trégua, muito menos de um mês. Já agora, nota-se que Hamas lança menos misseis e bombas e de menor distância. Uma trégua de um mês lhe daria tempo suficiente para se reorganizar e se rearmar, inclusive pelos túneis que vão da Faixa de Gaza ao Egito. Esta é a razão de Israel exigir o controle do chamado “Eixo Filadelfia e assim controlar a fronteira de Gaza com o Egito. O Eixo Filadelfia tem comprimento de 15 km, foi construído em 1982, quando Israel transferiu a Península de Sinai ao Egito. Israel continuou manter o Eixo até 2005.
Depois de relutar em negociar a troca de reféns por terroristas em prisões israelenses se não cessarem o fogo, as negociações continuam. O atentado que matou Salah al Arouri e mais seis comandantes do Hamas não parou o diálogo, segundo o Catar, país mediador. O atentado foi no bairro de Dahia, habitado por xiitas da Hizballah e onde está escondido seu líder Nasrallah. Há muitas versões de como foi o atentado. Parece que um avião da Força aérea israelense lançou seis misseis de 100 kg cada que atingiram em cheio o recinto onde Arouri estava em reunião com outros seis comandantes do Hamas. Ele foi o vice-líder político da organização, mas ao mesmo tempo era o encarregado da ala militar, principalmente nas suas atividades na Judeia e Samaria. Era considerado homem dominante com grande influência. Ultimamente vivia em Beirute e tinha fortes laços com Nasrallah. Achava que estava salvo no Líbano. Se enganou. Foi cruel e inclusive passou 20 anos na prisão em Israel. Em 2010 foi expulso do país e viveu na Turquia, até que foi mandado embora. Em 2018 os EUA colocaram 5 milhões de dólares por sua cabeça ou por qualquer informação.
O paradoxo é muitos choram a morte de Arouri, apesar de serem rivais. Ele estava a par da chacina que aconteceria em 7 de outubro, mas só informou Nasrallah no próprio sábado em que ocorreu. Por isso a Hizballah não entrou na guerra e o Irã não a incentivou por não estar a par do que aconteceria. O governo libanês está farto da destruição que a Hizballah trouxe ao país, mas tem que manter as aparências. Políticos libaneses não querem ver o sul do país se transformar numa “hamasland”, quando outrora a “fatahland” trouxe destruição.
O fanfarão Nasrallah, já em agosto último ameaçou Israel de grande represália se Israel agir no Líbano. Depois do atentado e de acusar Israel de promove-lo, Nasrallah disse que sua organização revidaria em qualquer lugar do mundo. Sinalização de que pode ser em qualquer país, como já fizera na Argentina em duas ocasiões, na AMIA e na Embaixada de Israel. Nenhuma autoridade governamental israelense admitiu que foi ação de Israel. Seja quem for, o seu serviço de Inteligência foi excepcional e acertou em cheio.
A Hizballah lança fogo diariamente contra o território israelense e causou a evasão de dezenas de milhares de moradores vizinhos a fronteira com o Líbano e de Kiriat Shmoná. Israel só revida aos misseis lançados pela Hizballah e está preparando uma área de 3 km de largura para afastar os terroristas da Hizballah da fronteira.
Militares israelenses receiam que a Hizballah, ou mesmo outras organizações ligadas ao Irã tentem atravessar o Rio Jordão para invadir um povoado próximo a fronteira jordaniana, que se estende por 309 km e é a mais longa de Israel com seus vizinhos.
O Hamas não se importa com os residentes da Faixa de Gaza. Isto é demonstrado através do desvio dos caminhões cuja entrada em Gaza é permitida por Israel para abastecer a população local e são imediatamente pegos pelos ativistas do Hamas que depois de se apoderar dos alimentos que receberam gratuitamente, vendem-nos à população, que já está carente de tudo. Uma das soluções seria a saída de residentes a países que aceitassem recebe-los. Aí entram de novo os ativistas do Hamas que exigem cerca de seis mil dólares para permitir a saída de Gaza.
A violência da organização que se chama de islamista radical e quer estabelecer estado islâmico, que deveria ser piedoso e de ajuda ao próximo. Isto não acontece com os residentes da Faixa de Gaza e muito menos para com israelenses. A violência e chacina que promoveu no sábado, 7 de outubro, é inimaginável. Estudo feito pelo New York Times descreveu relatos de 150 pessoas entre testemunhas, equipes médicas e os que trataram pessoas que passaram violência sexual. O inquérito da NYT atesta que atacar mulheres sexualmente foi elaborada como política de violência contra mulheres.
Mais de 30 cadáveres de mulheres e jovens que participaram do festival de música e dança em Reim, foram encontradas com roupas rasgadas e violentadas. Violentavam e em seguida as matavam. Passavam mulheres de um para o outro. Depois de profanar as jovens cortaram seus pescoços e mais violências que não vou descrever. Por motivo desconhecido, organizações internacionais de defesa da mulher como MeToo e outras, nada manifestaram. Será que é por serem israelenses?
A África do Sul apresentou queixa para a Corte Internacional de Justiça contra a violência israelense. Israel não tem muita esperança desta corte e nem da ONU, onde não importa o que seja tratado com respeito a Israel, automaticamente o Estado Judeu será condenado. Desta vez o governo israelense resolveu partir para a briga e se apresentará inclusive contra-atacando o Hamas, outras organizações e outros países.
Israel não está só. Há muitos que apoiam Israel e outros muitos que ainda temem dizê-lo abertamente. Uma organização cristã – CUFI – ChristiansUnitedForIsrael, tem orgulho de manifestar apoio ao Estado de Israel e o demonstrou em muitos jornais pelo mundo.
Foto: FDI