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A Copa no Catar mostrou que algo mudou

Por David S. Moran

A Copa do Mundo terminou e o mundo está voltando ao seu curso normal. Uma coisa foi evidente nesta Copa, o nacionalismo como o conhecíamos não existe mais, pelo menos parcialmente.

Isto ficou mais evidente com a seleção do Marrocos. Nenhum dos futebolistas que jogaram nasceu no Marrocos. São descendentes de emigrantes que saíram do seu país para o Eldorado europeu. Quando esta seleção jogou e venceu times de maior reputação, se fotografaram com bandeira palestina e não marroquina. Vai saber quem lhes pagou para este gesto.

O pior é que quando a seleção marroquina vencia times europeus, a arruaça promovida por outros emigrantes do Magreb contra dependências e a polícia dos países acolhedores era quase inexplicável. Isto ocorreu em Bruxelas, Paris e outras cidades europeias. Quem visitou a Marselha na França, ou Malmo na Suécia, sabe do que estou falando. No jogo do Marrocos contra a França foi como se uma guerra eclodisse entre os países, “como lembrança ao colonialismo francês no Marrocos”. A seleção francesa, às vezes parecia uma seleção de país africano e com dois jogadores de pele branca.

As vitórias da seleção marroquina foram festejadas não só por marroquinos. Torcedores dos países árabes vibraram com a grande jornada da equipe de Marrocos e mesmo torcedores de países africanos, que viam o Marrocos como um país colonizado vencendo seleções de países colonialistas.

Quem teve grande presença, apesar de não jogar no Mundial, foi a Palestina. Bandeiras palestinas e as vezes inscrições de “liberte a Palestina ” apareciam, apesar de manifestações políticas serem proibidas pela FIFA. Principalmente de um país que ainda não é membro da ONU e nem teve seleção jogando na Copa. Sem dúvida, isto foi promovido pelas autoridades de Catar. Se quisessem, não permitiriam a entrada destas bandeiras e cartazes. Logo depois do final deste grande evento, Mahmoud Abbas agradeceu o emir de Catar, Sheique Tamim bin Hamad bin Khalifa al Thani. O agradecimento foi pela promoção da “causa palestina”, sem precedente, durante o mês dos jogos da Copa do Mundo. Abbas também congratulou o reinante de Catar pelo “grande sucesso, que trouxe orgulho aos nossos espíritos e a nação árabe”.

Sem dúvida, o dinheiro promoveu muito o Catar, que tem dinheiro sem fim, como as areias do seu deserto. Os 220-250 bilhões de dólares gastos neste Mundial, são pelo menos 15 vezes mais do que a Copa do Mundo mais cara realizada até agora. Parte deste dinheiro poderia ser empregado para beneficiar milhões de pessoas que passam necessidades. Ali perto, na Etiópia e na Eritreia, que tem guerra sem fim, na Somália ou mesmo aos palestinos.

O Catar faz um jogo duplo que todos sabem e preferem ignorar. A começar pela corrupção que levou a este país a Copa do Mundo, mesmo que nada tenha a ver com futebol. Passando pelos maus tratos aos trabalhadores que causou a morte de milhares nas construções das dependências para o Mundial. Num país cuja população nativa é de apenas 15% do total de habitantes, enquanto 85% são servos dos donos. O regime neste país é de islamismo radical, contra os direitos humanos, mulheres, homossexuais, etc. É o país que hospeda a Irmandade Muçulmana, patrona da Hamas e financia esta organização terrorista. Seus líderes como o Ismail Khaled, Abu Marzuk entre outros.

O Catar hospeda forças especiais e grande base aérea americana, pertencente a Centcom, mas ao mesmo tempo é anti-americana e Ocidental, na sua essência. Sua gigante rede da mídia, Al Jazeera, quer todos os privilégios das mídias internacionais, mas na realidade é a porta voz da Irmandade Muçulmana e da família real de Catar. É tão radical que até países árabes como o Egito, a Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Bahrein, romperam relações com Catar “para nos proteger dos perigos de terrorismo e do extremismo”. Com Al Jazeera e dinheiro promove revoluções no mundo árabe e violência contra Israel. Apoia Hamas com financiamento e em Doha estão os líderes desta organização terrorista. Aliás, todos baixaram perfil durante o Campeonato Mundial de Futebol, por receio que agentes israelenses aproveitassem a certa abertura e atentassem contra eles. Ao mesmo tempo, o Catar contribui financeiramente com o Escritório da Contra Terrorismo, das Nações Unidas e também, promove e injeta verbas no terror anti-israelense e aos palestinos contrários a Hamas. Querendo aparecer um país moderno e avançado, o Catar promoveu na Copa, exposição da religião muçulmana e converteu alguns fãs do futebol.

Agora, depois da Copa do Mundo terminar, tudo volta ao normal. Os estádios construídos com muito sangue, suor e dinheiro, estão sendo desmontados. O regime ditatorial e rígido continuará a mostrar que em nada mudou e o simples cidadão volta a ser oprimido. O dinheiro que o emirado retira dos poços de gás e petróleo voltará a financiar os objetivos de Catar, que são promover o islão radical, financiar rebeliões e terrorismo em várias partes do mundo, principalmente contra Israel e o Ocidente. Isto também através da sua rede de telecomunicações, Al Jazeera, que se diz rede jornalística e exige os privilégios da mídia Ocidental, mas na realidade serve o radicalismo e a Irmandade Muçulmana.

Foto: Korea.net / Korean Culture and Information Service (Photographer name)CC BY-SA 2.0 (Wikimedia Commons)

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