A Autoridade Palestina, Abbas e as liberdades
Por David S. Moran
O mundo fala e trata do povo palestino e do estado palestino. Mas, é interessante que enquanto o Egito estava na Faixa de Gaza e o rei Hussein da Jordânia governava a Cisjordânia e parte de Jerusalém, ninguém se ocupava do “povo palestino”. Ninguém reivindicava que fosse criado um “estado palestino”. Todas estas demandas vieram à tona só depois que Israel, atacada, em 1967, pelo Egito, Jordânia e a Síria, rechaçou os ataques e conseguiu conquistar Sinai, o planalto do Golan e a Cisjordânia.
Desde então, os árabes e os muçulmanos tentam modificar e ou destruir a História da Humanidade. A destruição parece que está nas veias dos radicais islâmicos. Em qualquer lugar onde há vestígios de história judaica, na Terra de Israel, os palestinos tentam destruir e despistar esta presença. Assim o foi nas décadas de 70 e 80, do século passado, quando o “Wakf” (autoridade religiosa muçulmana) escavou debaixo da Mesquita de Al Aksa, alegando desejar amplia-la e pelo caminho destruiu todas as descobertas arqueológicas de vida judaica antiga no local. Até numa recente entrevista do íntimo conselheiro de assuntos religiosos do Presidente da AP, Sr. Mahmoud al Habash, ele alegou que “toda a região de Al Aksa é muçulmana e ninguém, a não ser muçulmano tem direito, mesmo de 1 cm. dela… o Muro das Lamentações e a área em volta são wakf islâmico e parte santificada de Al Aksa são só dos muçulmanos” (Israel Hayom, 29.7.22).
A Autoridade Palestina (AP) foi formada em 1994 após os Acordos de Oslo. Arafat e seu grupo vieram para a Faixa de Gaza e para Ramallah e não buscaram a paz como era esperado. Falaram em duas maneiras. Para o lado árabe, com radicalismo e, ao mesmo tempo, para o Ocidente, numa doçura. Tudo era perdoado. Mesmo a entrada do Yasser Arafat com revólver a tira colo entrando no recinto da ONU, em Nova York. Bilhões de dólares foram dados aos palestinos, dos “irmãos árabes” e principalmente por países Ocidentais. Ninguém pergunta aonde foi parar este dilúvio de dinheiro. Como líderes palestinos enriqueceram e porque compraram farto armamento, afinal de contas, falaram em paz.
Como ninguém pergunta como é possível que a situação dos palestinos em nada mudou, talvez até tenha piorado. Arafat era carismático e quando faleceu em 2004, seu sucessor Mahmoud Abbas, não tinha o mesmo carisma, nem prestígio. Ele governa até os dias atuais, está com 86 anos e em seu governo, sem eleições, já lidou com quatro primeiros-ministros israelenses e sete ministros de Defesa.
As únicas eleições que promoveu foram na Faixa de Gaza e seu grupo, o Fatah perdeu para a organização terrorista Hamas, que o chutou para fora. Aprendeu a lição e não mais tratou de democracia. O Instituto Observador da Mídia Palestina (PMW) que estuda a sociedade palestina, publicou recentemente um relatório que mostra como Abbas está levando a AP à ditadura. Fez modificações na Constituição da OLP para obter maiores poderes. Também, não convocou o Conselho Nacional Palestino, que é o poder judiciário da OLP. Em dezembro de 2018, Abbas anunciou que realizaria eleições em seis meses. Temendo perder para Hamas, como em 2006, desistiu e não mais voltou a falar no assunto.
Em fevereiro de 2019 realizou mais uma modificação. Aboliu a Constituição da Autoridade Palestina que lhe dá o poder executivo e a trocou pela carta magna da OLP.
Vale a pena escutar o que diz o sobrinho do Arafat, Nasser al Qudwa, que foi Ministro do Exterior e, durante 20 anos, Embaixador palestino na ONU. “Não temos poder legítimo, cada um faz o que quer e principalmente a liderança. Não respeitamos os direitos humanos, há grande corrupção na Autoridade Palestina”. Continua al Qudwa: “esta é a pior situação que vimos desde a ‘naqba’. Uma das razões é a falta de democracia [como se houvesse algum dia democracia na Autoridade Palestina – nota David S. Moran). Nos últimos três meses, as cidades palestinas estão presenciando manifestações diárias, pela corrupção, situação econômica e falta de governo”, conclui Nasser al Qudwa, que está no sul da França com sua família (Israel Hashavua, 19.8).
O Ocidente, que tanto fala em democracia, Direitos Humanos, direitos do LGBT, esquece de tudo isto quando se trata dos palestinos. Lá, como dito, não há democracia. Direitos humanos, por que? Direitos dos homossexuais, só o direito de os matar, bem como a mulheres, “em nome da honra familiar”. Liberdade de religião, só se for muçulmano. Cristãos, mesmo árabes são perseguidos e os judeus foram expulsos, em sua grande maioria dos países árabes. O mesmo gostariam de fazer os palestinos, se tivessem chance.
Quando Hamas tomou o poder na Faixa de Gaza, jogou dos edifícios os simpatizantes da Fatah. O colunista árabe, Jalal Bana, escreveu que é difícil ver base democrática na AP… a situação é difícil e a característica é nomear parentes e corrupção.
A prisão de Jericó tem o nome de Prisão de Torturas da Autoridade Palestina. Isto devido a queixas de palestinos que conseguiram sair da prisão e relatar as cruéis torturas físicas e mentais que ali passaram. Há os que a chamam de “Guantánamo da AP”. Em 2021, foram registradas 252 queixas de torturas nas cadeias palestinas. As entidades de direitos humanos acreditam que o número é bem maior, mas a maioria teme apresentar queixas.
Nos últimos anos, alguns países árabes estabeleceram relações diplomáticas com Israel, ou outras relações de interesse mútuo, sem publicidade. Os palestinos estão sendo deixados de lado e têm, geralmente, apoio dos países árabes e ou islâmicos radicais. Os demais lhes dão apoio verbal e continuam a lidar com Israel.
Seria muito melhor se surgir uma liderança palestina que entenda e queira viver em paz com o Estado de Israel, para a prosperidade israelense e palestina e acabar com o ciclo de sangue. Deveria ser uma liderança jovem, corajosa, carismática, persuasiva. Aí sim, israelenses e palestinos mostrariam para o mundo como empregando verbas no ensino e pesquisas e não em armas levam seus habitantes para frente e prosperidade.
Foto: Romain Guy (Flickr)
Quando vocês jornalistas vão se dar conta que estimulam a ampliação dessa mentira? Vocês sabem que até a Guerra de 1967 os árabes não queriam ser palestinos (palavra latina que nada tem haver com árabes), a própria liderança deles admitiu que foi um pretexto para destruir Israel! São levas de invasores:plitim em hebraico, sem passado, sem cultura própria, sem língua própria, enfim, faltou e falta firmeza dos políticos judeus admitir isso!
Estimada Emilia, shalom. Não sei o que voce quer dizer com “voces jornalistas…” como se houvesse unissono e não há. Releia o que escrevi e verás que sou da tua opinião. Escrevi até 1967, quando o Egito estava na Faixa de Gaza e a Jordânia na Cisjordânia, ninguém reivindicou “um estado palestino”. Isto só veio a tona quando Israel em guerra de defesa conquistou estes lugares. Obrigado pela atenção. David