A assistência americana a Israel e o resgate para o Irã
Por Deborah Srour Politis
Não faltam antissemitas, antissionistas e outros inimigos de Israel que querem acabar ou condicionar a ajuda americana ao estado judeu. Apesar de serem uma minoria, eles são muito barulhentos. Desde a “esquadra” do Congresso a acadêmicos que acusam os judeus de terem dupla lealdade a progressistas não tão bem-intencionados.
Dois ex-embaixadores americanos em Israel, que não perdem uma oportunidade para criticar a política israelense há anos, disseram ao The New York Times, que a hora de cortar a ajuda a Israel é agora. O Embaixador Daniel Kurtzer disse que “a ajuda não dá aos EUA qualquer vantagem ou influência sobre as decisões de Israel de usar a força; e por causa do silêncio da administração, Israel segue políticas às quais nos opomos, somos vistos como ‘facilitadores’ da ocupação de Israel”.
A amnésia destes indivíduos parece ser crônica. Eles parecem esquecer que Israel ofereceu para acabar com a ocupação do território disputado pelo menos cinco vezes, mais recentemente em 2008, com 100% da terra por meio de trocas de território e Jerusalém Oriental como sua capital.
A principal razão pela qual ainda há uma ocupação e nenhum compromisso é que os palestinos não podem assinar um acordo para acabar com o conflito porque ao fazê-lo, eles teriam que aceitar e reconhecer o estado judeu, encerrar todas as reivindicações, e abandonar sua exigência absurda de direito de retorno de descendentes de refugiados para Israel própria, mesmo que hoje já tenham outra nacionalidade, como muitos palestinos americanos.
O erro dessa linha de raciocínio é a falha em diferenciar entre uma opinião do que eles consideram ser uma má política israelense e o direito absoluto do estado de Israel existir como qualquer outra nação nas Nações Unidas.
Outra tática para minar o apoio é afirmar que Israel é uma nação imoral. O professor de Harvard, Stephen Walt, disse: “Décadas de controle brutal de Israel demoliram o caso moral do apoio incondicional dos EUA”. Este professor ficou conhecido por suas afirmações sobre a dupla lealdade dos judeus americanos e do lobby de Israel, um tropo anti-semita clássico.
Existem argumentos legítimos para reduzir a ajuda militar dos EUA a Israel, considerando, por exemplo, a prosperidade de Israel e a crescente dívida nacional americana. Mas esta não é a motivação dos progressistas e acadêmicos anti-Israel. O que eles querem é punir Israel e acabar com o estado judeu completamente.
Vamos notar que a ajuda americana a Israel é de 3,8 bilhões de dólares por ano. Mas essa assistência não é uma doação caridosa. Ela apóia interesses americanos vitais – estratégico, de defesa, cibernético, de inteligência, Pesquisa & Desenvolvimento e muito mais.
Os sistemas antimísseis Domo de Ferro e Estilingue de David desenvolvidos por Israel são um exemplo. Como escreveu o ex-embaixador israelense Yoram Ettinger, a experiência militar de Israel no mundo real economiza aos Estados Unidos “bilhões de dólares em pesquisa e desenvolvimento… Se não houvesse um Israel no flanco oriental do Mediterrâneo, os EUA teriam que despachar um ou mais porta-aviões… a um custo anual de US$ 15 bilhões a US$ 20 bilhões”.
O economista Dany Bahar, do programa de Economia Global e Desenvolvimento da Brookings Institution, disse que “a ajuda militar dos EUA a Israel sempre foi, até certo ponto, uma situação em que todos saem ganhando: Israel compra armamento americano de empresas americanas que, por sua vez, são subsidiadas pelo Estados Unidos… a vasta maioria do dinheiro dado em assistência a Israel na verdade, fica nos Estados Unidos”.
Não é preciso ser super perspicaz para ver que os Estados Unidos estão cada vez mais fugindo de suas responsabilidades e abandonando seus aliados. E a China e a Rússia estão na espreita, prontas para intervir e preencher qualquer vácuo deixado pela América.
Isso por um lado. Por outro lado, Washington chegou a um acordo com Teerã na quinta-feira para libertar cinco iranianos-americanos, que a República Islâmica deteve evidentemente sob acusações forjadas. Em troca da libertação dos cinco para prisão domiciliar, prestem atenção, os Estados Unidos liberaram US$ 6 bilhões em petróleo iraniano e soltaram espiões iranianos presos nos Estados Unidos.
Mark Dubowitz, CEO da Fundação para a Defesa das Democracias, aplaudiu a libertação dos prisioneiros americanos detidos injustamente, embora tenha dito que isso terá um custo muito alto, e não em dinheiro, o que pode ser contraproducente.
É claro que ao pagar US$ 6 bilhões em resgate significa que o regime só fará mais reféns. Isso se tornou um meio lucrativo de extorsão internacional para o líder supremo do Irã. E sabemos muito bem que a República Islâmica não usará esses US$ 6 bilhões para qualquer trabalho humanitário.
No mundo real, os Estados Unidos estão dando ao Irã US$ 6 bilhões para serem usados em terrorismo, financiamento de drones para a Rússia, repressão doméstica e expansão de armas nucleares. Esta não é uma troca de prisioneiros; é o maior pagamento de resgate de reféns da história americana. Esse dinheiro não é para ajudar o povo iraniano; é um reforço orçamentário ao principal estado patrocinador do terrorismo no mundo. E aonde estão as vozes progressistas contra este acordo que dá 6 bilhões de dólares a um governo ditatorial e repressivo? Silencio completo.
Somente punindo severamente este regime por sequestrar reféns ilegalmente, e não recompensando com bilhões em pagamentos de resgate, poderá haver um fim a esses abusos humanitários.
O governador da Flórida, Ron DeSantis, candidato à presidência dos Estados Unidos, disse que “Biden está cedendo vergonhosamente à chantagem e extorsão do Irã. Recompensar o Irã por tomar reféns americanos incentiva mais a tomada de reféns”. “O pagamento do resgate de US$ 6 bilhões ajudará o Irã a expandir seu programa para obter armas nucleares, apoiar o terrorismo, oprimir o povo iraniano e ajudar a Rússia”, acrescentou DeSantis. “O apaziguamento e a fraqueza de Biden encorajarão o Irã a atacar nossos interesses e nossos aliados”.
E já vimos os primeiros passos desta política esta semana quando o Supremo líder Ali Khamenei decidiu juntamente com os líderes da Hezbollah, do Hamas e do Jihad Islâmico de lançar uma campanha de ataques terroristas em Israel para tornar a vida dos judeus tão insuportável que eles resolverão abandonar a Terra Santa.
Quando era um membro do Congresso, Ted Deutch, Presidente do Comitê Judaico Americano (AJC), representou Robert Levinson, que o Irã fez refém em 2007 e que é considerado o refém mais antigo dos EUA (Levinson foi dado como morto).
Deutch declarou que o governo americano deve exigir que nenhum dinheiro disponibilizado ao Irã como resultado dessa troca seja usado para prosseguir com suas atividades malignas domesticamente ou em toda a região.
“Mas não temos ilusões de que isso será suficiente para impedi-lo de explorar o acordo para prosseguir com suas atividades agressivas e desestabilizadoras”, Deutch acrescentou. “O AJC continua instando o mundo a se posicionar contra o apoio do Irã ao terrorismo, suas violações dos direitos humanos e sua busca ilícita por armas nucleares”.
Esperemos que os isolacionistas e aqueles que querem prejudicar Israel sejam vistos como são, e que os interesses americanos no Oriente Médio continuem a ser atendidos. Do 1% do orçamento dos EUA que vai para a ajuda externa, a parte que vai para o reforço da presença militar de Israel no Oriente Médio é sem dúvida seu investimento mais sábio.
Foto: Public Domain Pictures
Brilhante Deborah Srour teu comentário como sempre!
Brilhante Deborah Srour teu comentário como sempre! Claro que eu digo isso sempre!
Brilhante Deborah Srour teu comentário como sempre! Claro que eu digo isso sempre!E é muito feio me impedir de elogiar uma comentarista que mostra a verdade dos fatos!
Poderia deixar mais claro quem está impedindo seus comentários?