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A aliá e os casais na maturidade

Por Heidi Rosenthal Ginzel

Família é uma organização de pessoas com relação de parentesco com regras próprias e internas e externas. Tem uma estrutura própria e cria e recria a própria história.

A evolução da família se dá por crises de desenvolvimento, com entradas e saídas de membros que estão ligados ao vínculo de apego, por exemplo, aquilo que já é esperado, como um filho que casa e vai morar com a esposa. Aqui me refiro a uma crise previsível e esperada na vida. Ou então a crise imprevisível, onde posso citar a aliá ou, por exemplo, a perda de um emprego, quando a família se desorganiza sem ter modelo anterior desta vivência.

As crises citadas são necessárias para movimentar a energia da família, fazem com que a família saia da zona de conforto que é necessária, momento de calmaria e rotina. Onde as perdas deste continuam faz espaço para entrar o novo, os ganhos.

A família se configura por ciclos, a saber, infância, adolescência, adultos, a partir e terceira idade. Uma boa noticia é que por conta da longevidade a fase adulta que se estendia até os 60 anos, agora se estende até os 85 anos e se chama fase da maturidade e a partir de 86 anos é que entramos na terceira idade.

A passagem de um ciclo a outro se dá saindo da zona de conforto onde tudo é rotineiro e sob controle, para entrar na fase do desconforto. Ou seja, temos perdas e mudanças para fazer espaço para o novo e para a evolução da família.

Pois bem, e agora nessa fase de maturidade, chegamos em Israel.

Alguns casais nesta fase têm a impressão de que já cumpriram a missão e querem sossegar. Para outros é um momento singular e que deve ser vivido com plenitude. Há aqueles que abraçam a liberdade e usam o tempo livre para crescimento, divertir-se e ser independente.

O casal maduro necessita sentir dentro da família o respeito, mais carinho e atenção.

Socialmente, este casal deve criar e fortalecer a convivência de grupos e de casais, interagir e desenvolver a comunicação, inclusive se possível com pessoas de outras comunidades.

Que possibilidade agora de definir novas metas, entender melhor assuntos do passado e resgatar sonhos e projetos, elevar autoestima, olhar para si, e construir sentimentos de pertencimento.

Alcançar a maturidade junto com a aliá, dupla oportunidade de evolução.

Homens têm o hábito de construir projeto de vida e mulheres assumem o papel de cuidadoras e se esquecem de seu próprio projeto. Que oportunidade de mais diálogo e atividades em comum, passeios na natureza e amigos, e mais espaço conjugal.

Então vejam, ampliar o conhecimento sobre esta etapa de vida, e sobre daqueles que dela fazem parte, rever aspectos da sexualidade, das relações de parentesco, a concepção de masculino e feminino, a significação da velhice.

Honestidade a vista como valor marcante a ser transmitido entre casal e filhos. Baixa preocupação com desemprego e preservação de patrimônio. Um valor importante para os casais é que estão voltados para amor ente casal e filhos.

O chamado ninho vazio não é mais visto pelo aspecto da solidão do casal pela saída dos filhos de casa e começa a se observar novas oportunidades de intensidade, já que novas perspectivas são percebidas pelo casal.

Cumplicidade, cuidado mútuo e atenção.

Aprendizado para ser feliz de outro jeito e viver e valorizar o hoje.

Olhar para a vida sem medo de envelhecer.

Olhar para si, recomeçar a vida.

Eis Israel como oportunidade.

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