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7/10, nove meses depois

Por David S. Moran

As notícias correm tão rapidamente e as pessoas, às vezes, não param para refletir o que aconteceu há nove meses.

No sábado, 07/10/2023, as 6:30, Israel foi surpreendido por um violento e covarde ataque de terroristas da organização terroristas Hamas, depois acompanhados por multidão de cidadãos gazenses. A surpresa foi porque o governo Netanyahu autorizou, poucos dias antes, o aumento do pagamento do Catar de 20 milhões de dólares mensais para 30 milhões. Com isto e com a permissão de cerca de 20.000 gazenses trabalhar em Israel, o governo pensou que compraria a calma e a paz.

Na invasão a Israel, que visava cidades e kibutzim fronteiriços, isto é, civis, e também os participantes do Festival Nova de música, os terroristas assassinaram 1.200 pessoas, o maior número de judeus mortos num só dia, desde o Holocausto. Os terroristas estupraram mulheres e até homens, fuzilaram tudo que viam pela frente, inclusive animais de estimação e depois puseram fogo nas casas invadidas. Na sua retirada, levaram consigo 255 reféns, inclusive cadáveres, que queriam negociar.

Desde este dia, 7/10, a organização terrorista Hamas, contrariando as normas internacionais (e ninguém os cobra a respeito), não permitiu que a Cruz Vermelha visitasse os reféns e não lhes entregou os medicamentos, enviados por Israel, que principalmente os idosos regularmente consumiam. Não deu nenhuma notícia dos reféns. Em novembro de 2023, houve uma trégua, o Hamas entregou 80 reféns israelenses e 24 reféns estrangeiros (23 trabalhadores tailandeses e um filipino). Em troca, o Hamas recebeu 210 presos convictos.

O exército foi pego de surpresa, mas a população israelense se voluntariou e 500 mil reservistas engrossaram as fileiras militares. Nove meses depois, ainda há muitos reservistas que continuam na batalha.

O mundo é hipócrita. No primeiro momento, muitos líderes mundiais mostraram simpatia por Israel e até vieram ao Estado Judeu trazendo solidariedade. Mas, logo após a resposta israelense, muitos começaram a criticar Israel e seu exército. A destruição mostrada em fotos foi devida ao Hamas se esconder atrás de civis. A UNRWA, que só lida com os palestinos, ensina nas suas escolas o ódio aos judeus e aos israelenses. Imagine que a ONU já tem um órgão que lida com 118 milhões de refugiados do mundo todo, a UNHCR (o Alto Comissionado das Nações Unidas para Refugiados), só os 5 milhões de palestinos tem o privilégio de ter agência própria, a UNRWA, cuja maioria dos funcionários são palestinos. Israel até entregou uma lista de funcionários que são ativistas do Hamas, mas não foi tomada nenhuma medida contra eles.

Israel tem que lutar ao mesmo tempo com o Hizballah, que para mostrar solidariedade com o Hamas, lança seu fogo virulento contra o território israelense. Cerca de 170.000 pessoas foram evacuadas das áreas próximas a Faixa de Gaza e, pela primeira vez desde sua fundação, também dos povoados ao longo da fronteira libanesa e até a cidade de Kiriat Shmona. Os residentes destas áreas foram alojados em hotéis espalhados por país todo, até a cidade mais ao sul, Eilat. O líder do Hizballah disse que só cessaria de atacar Israel quando houver um cessar fogo com o Hamas. O revide de Israel contra o Hizballah é atacando precisamente bases e comandantes desta organização terrorista, no Líbano, na Síria e até mesmo na fronteira síria iraquiana, com dados precisos do Serviço de Inteligência.

A grande preocupação em Israel, e principalmente dos familiares de jovens sequestradas, é que depois de nove meses no cativeiro nos túneis em poder do Hamas, algumas delas podem estar grávidas pelos estupros que sofreram. Os 120 reféns têm que ser trazidos a Israel já. A maioria deles, já mortos, merece um enterro decente na terra de Israel.

Está em andamento um acordo, intermediado por Catar, Egito e EUA. Os israelenses envolvidos são o chefe do Mossad, o chefe da Shabak (antigo Shin Bet) e o general Alon. Mas, há os que acusam o primeiro ministro Netanyahu de colocar empecilhos no caminho, endurecendo as condições. Até o chefe do Mossad disse que tem que fazer um acordo já, que não há mais tempo. Nas mãos do Hamas há 120 reféns desde 7 de outubro, mais dois israelenses que passaram para Gaza, há cerca de 10 anos, além dos corpos de dois soldados mortos na Guerra Rocha Firme, em 2014. Destes também não há nenhuma notícia.

No sábado passado (13/07), com informes precisos da rara oportunidade em que Muhammad al Masri, alcunha Deif (o visitante), subiu dos túneis e se encontrava no complexo do comandante da Brigada Khan Yunes, Rafa Salama, foi dada a ordem de liquidá-lo. Com duas bombas precisas lançadas pela Força Aérea de Israel, a área virou cratera. Foi confirmado que Rafa Salama e um guarda-costas do Deif foram mortos, mas não confirmado que o próprio demônio, que já escapou de sete atentados, tenha morrido. Tudo indica que sim, pois seus guarda costas foram mortos. Devido ao grande abalo militar (Deif formou o exército do Hamas e o chefiou) e a baixa moral (era um dos únicos em que Sinwar confiava), o Hamas deixa nebuloso o fato de sua provável morte.

Logo após o ataque a organização terrorista Hamas espalhou que milhares de civis morreram no ataque. Só não levou em conta que este lugar é isolado da área onde estão civis e se lá estavam civis, eram ligados ao Hamas. Quem saiu acusando o Hamas, foi o porta voz da Fatah, Munir Jaroub, em entrevista ao canal saudita, Al Hadat. “Os líderes do Hamas se escondem atrás da população civil. Isto dá oportunidade aos israelenses de matar líderes do Hamas e também matar palestinos”. Um alto funcionário da Fatah adicionou no Al Arabia: “O Hamas dá desculpas a Israel, usando civis como protetor humano. Não temos conciliação com o Hamas que dá estas desculpas”.

Uma das consequências da guerra Espada de Ferro foi o aumento do antissemitismo no mundo todo. O Catar é um país riquíssimo e de radicalismo islâmico. Usou parte de sua fortuna para comprar influência em universidades, times de futebol e outras instituições durante anos. Agora, pôs para fora o seu antissemitismo na forma de antissionismo. A sua rede de telecomunicação Al Jazeera é vista no mundo Ocidental e influencia. Muitas manifestações antijudaicas pipocaram no mundo todo, colocando comunidades em alerta. Muitos ingênuos que cantam pelas ruas “libertem a Palestina do Rio ao Mar” não sabem de que Rio (Jordão) e de que Mar (Mediterrâneo) se trata. E que com isto cantam para exterminar um Estado soberano, membro da ONU, o Estado de Israel.

Foto: Revista Bras.il

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