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1º Simpósio Sefardita do Marajó

A jornada dos imigrantes judeus marroquinos na Amazônia contada em verso, música, dança e prosa

A cidade de Breves, na Ilha do Marajó, será a sede do 1º Simpósio de Estudos Sefarditas do Marajó e Baixo Amazonas, um evento presencial com cobertura online, onde estudiosos e pesquisadores especialistas na cultura judaico-marroquina estarão reunidos para falar da história e da memória desta grande aventura que foi a imigração judaica na Amazônia.

Serão quatro dias de imersão neste tema tão histórico e rico, de 21 a 23 de Junho, na UFPA – Universidade Federal do Pará, Campus de Breves, com cobertura pelos canais do Facebook, Instagram e YouTube da comunidade Judeus da Amazônia – projeto Marajó Sefardi.

Vale lembrar que no Marrocos, com predominância da religião majoritária islâmica, foi iniciada uma perseguição aos judeus por volta de 1800, dando início a uma série de injustiças que os fizeram fugir em busca de paz e esperança. A preferência pelo Brasil era notória, uma vez que se tratava de um mundo novo, cheio de perspectivas, com desenvolvimento econômico visível e a esperança de um futuro decente e promissor.

E assim, em 1810, os primeiros judeus marroquinos aportaram em Belém do Pará. Ali foram se entrelaçando com a ampla riqueza natural e se deslocando para o interior como comerciantes e desbravadores, chegando em cidades bem distantes, inclusive na Ilha do Marajó, localizada ao norte do estado do Pará, um arquipélago composto de aproximadamente três mil ilhas e considerado maior arquipélago fluviomarítimo do mundo.

Belém foi a porta de entrada para os judeus, que com o tempo se espalharam pelas cidades vizinhas. Na época, Breves era uma das cidades mais influentes, situada a cerca de 90 quilômetros de Belém e um dos centros de produção da borracha.

Não foi somente Breves que teve a honra de receber os judeus marroquinos. Outras cidades do Marajó também fizeram parte dessa magnífica história, dentre elas Muaná, Melgaço, Gurupá e Portel.

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Não é novidade a influência que a comunidade judaica teve na cultura, costumes e educação no Brasil, inclusive na região da Amazônia, que a partir de 1810 foi o porto seguro para muitas famílias de judeus oriundos do Marrocos, mais precisamente das cidades de Tetuan, Tanger, Arzila, Larache, entre outras, em busca de uma nova perspectiva de vida, longe de perseguições e destruição, fincando raízes em nossa terra promissora, exótica e abundante.

A história desse povo milenar que aportou na Amazônia é o tema do 1º Simpósio de Estudos Sefarditas do Marajó e Baixo Amazonas e será amplamente exposta, divulgada e discutida durante esses três dias.

O evento contará com a presença de professores, historiadores e personalidades de influência e interesse no tema, comentando sobre as recentes pesquisas, novidades históricas, o estudo genealógico das diversas famílias que passaram pelo processo de imigração, a religião, os trabalhos religiosos, músicas e os costumes também milenares que permanecem vivos até hoje, como os símbolos, as festas e jejuns, além das sinagogas, cemitérios e toda sorte de conhecimento e fé contidas no livro sagrado dos judeus: a Torá.

Não se trata se evento religioso e sim um simpósio de pesquisa e informação, sobre um tema de grande importância para a comunidade da região e do Brasil como um todo. O objetivo é divulgar a cultura judaico-marroquina para todas as pessoas que têm afinidade com essa história, sejam judeus ou não.

A melhor parte de tudo isso é que se trata de um evento gratuito, realizado por uma equipe de apaixonados pela história judaico-marroquina na Amazônia e que fazem questão de compartilhar todo esse conhecimento com os interessados. Os participantes receberão certificado oficial do evento.

Palestrantes confirmados

Presenciais
Cássia Benathar – Mestranda PPGDS/MPEG
Dione Leão – Doutora em Antropologia
Fabiana Fábio – Historiadora, professora e mestre em Ciência da Sociedade
Fábio Paes – Pedagogo
Jayme Bentes – Presidente do Centro Israelita do Pará

Online
Anne Benchimol – Vice-presidente do CIAM (Centro Israelita do Amazonas)
Eduardo El Kobbi – Publisher e cineasta
Felipe Goifman – Jornalista, fotógrafo e escritor
Michel Gordon – Professor e mestre da história Hebraica nos países Islâmicos
Renato Athias – Antropólogo e professor da Universidade Federal de Pernambuco
Samuel Benoliel – Presidente do Conselho Sefardita do Brasil (Confarad)
Dr. Sérgio Simon – Médico Oncologista do Hospital Albert Einstein
Virna Salgado – Professora e doutoranda em geografia pela Universidade de Coimbra

Além disso, haverá uma série de eventos artísticos e culturais, como exibição de filmes e documentários sobre judaísmo amazônico, apresentações teatrais, música e danças típicas com Projeto Ballet Leveza Inocente, sob a coordenação de Cristian Miranda.

Detalhes do Evento

Dias 21 a 23/06/2022, das 8:00 às 12:00 e das 14:00 às 17:00h

Universidade Federal do Pará – Campus do Marajó/Breves – Alameda IV, 3418 – Parque Universitário – Breves.

As inscrições poderão ser realizadas a partir do dia 10/06 pela página Judeus da Amazônia – projeto Marajó Sefardi: www.marajosefardi.com.br/inscricao

Organização
Coordenação: Iria Chocron, fundadora da comunidade Judeus da Amazônia – Projeto Marajó Sefardi

Parcerias
UFPA – Universidade Federal do Pará
Festival Internacional do Filme Etnográfico do Recife (FIFER)
Festival Internacional do Filme Etnográfico do Pará (FFP)
Universidade de Coimbra de Portugal

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